Quando se fala em diagnóstico de câncer, um dos passos mais decisivos é a biópsia. Mas nem toda biópsia é igual — e quando realizada de forma inadequada, pode comprometer o tratamento futuro.
Neste artigo, o Dr. Felipe Molledo, cirurgião oncológico com experiência em tumores abdominais e de partes moles, explica a importância da biópsia ser feita de maneira adequada, quando ela deve ser feita e por que esse procedimento é fundamental na jornada do paciente oncológico.
O que é a biópsia?
A biópsia é um exame em que se retira uma amostra de tecido para análise em laboratório. Ela serve para {identificar o tipo exato de tumor e dar informações cruciais, por exemplo, se é benigno ou maligno, além de outras características que podem mudar o tratamento, como receptividade para hormônios, expressão de receptores específicos, entre outras}— o que direciona totalmente o plano de tratamento.
O que é a biópsia guiada por imagem?
A biópsia guiada por imagem é aquela realizada com o auxílio de exames como ultrassonografia, tomografia ou ressonância magnética para localizar com precisão o local da coleta.
Ela é indicada quando:
- O nódulo está em região profunda (como fígado, retroperitônio ou pulmão)
- A lesão é de difícil acesso por exame físico
- Há necessidade de maior controle para evitar estruturas delicadas próximas
Por que a biópsia precisa ser feita corretamente?
A forma como a biópsia é feita interfere diretamente no tratamento cirúrgico. Se o acesso for inadequado (por exemplo,{rompendo um tumor que estava íntegro até então}), pode haver riscos de disseminação tumoral e recidiva local.
Por isso, nem todo nódulo deve ser biopsiado por conta própria ou sem indicação oncológica.
A recomendação é que a biópsia de tumores suspeitos seja indicada por um cirurgião oncológico {ou outro médico habituado com diagnósticos oncológicos}, que saberá orientar o melhor tipo, local, via de acesso e técnica segura.
Tipos de biópsia guiada
- Punção aspirativa com agulha fina (PAAF): usada para linfonodos, tireoide, mama e lesões superficiais.
- Core biopsy (agulha grossa): indicada para tumores de partes moles, fígado e outras massas profundas.
- Biópsia cirúrgica (incisional ou excisional): indicada quando as técnicas menos invasivas não são conclusivas ou em áreas com fácil acesso.
Cada tipo tem vantagens e limitações, e a escolha correta evita retrabalho e acelera o início do tratamento.
O papel da biópsia no estadiamento e planejamento do câncer
Além de confirmar o diagnóstico, a biópsia também define:
- O tipo histológico do tumor (ex: carcinoma, sarcoma, linfoma)
- O grau de agressividade celular
- Se há receptores hormonais (em casos de mama, próstata, etc.)
- {Ajuda à prever quais tratamentos medicamentosos serão mais eficientes (como quimioterapia, imunoterapia, entre outros)}
Em outras palavras, ela muda completamente a condução clínica do paciente.
Por que fazer a biópsia com orientação oncológica?
O cirurgião oncológico analisa o quadro clínico completo e evita procedimentos que atrapalhem a cirurgia definitiva. Em tumores raros ou mal localizados, como os sarcomas de partes moles, por exemplo, uma biópsia mal feita pode prejudicar o controle local da doença.
A indicação certa, no momento certo, pelo especialista certo, faz toda a diferença.
Veja também: “Sarcoma de Partes Moles: entenda os riscos e sintomas”]
Agende sua avaliação com Dr. Felipe Molledo
Se você foi orientado a fazer uma biópsia ou descobriu um nódulo suspeito, converse com um especialista antes de qualquer procedimento.


